Picture: Portugal, 30 de Maio de 2007. Greve Geral dos Trabalhadores!
"Trabalhadores do Mundo, uni-vos!", eis um exemplo do grito que ainda há não muitos anos era comum ouvir-se nestes dias, e que era o mote perfeito para um dia em que, realmente, os serviços deixavam de funcionar. Mas, como dizia o nosso "grande português" Camões "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!"
Pelo que me apercebi até ao momento, a Greve tem feito algumas mossas, sobretudo nos Transportes Públicos e noutros serviços do Estado, inclusive na minha escola. Mas, se eu não fiz greve e metade dos meus colegas docentes também não, então porque é que a Greve funcionou tão bem até ao momento? Bem a resposta continua a ser simples: os pobres é que pagam o pato! Não quero com isto dizer que eu e os meus colegas somos ricos (na verdade até estamos melhor economicamente que muitos portugueses, congelados é certo, mas melhor), quero apenas dizer que na hora da Greve continuamos a ser os portugueses chicos-espertos de sempre! Isto é: "A funcionária da portaria faz greve? Fixe! Nesse caso, ninguém abre a porta, excuso de fazer greve porque também não trabalho!", "Há greve? Pois eu também faço! Mas depois vou lá por um artigo por conta das férias, assim como assim acabam por não me descontar no ordenado e faço férias à mesma!" Este é o objectivo dos chicos-espertos, nos quais eu me incluo, pois que fiz exactamente o mesmo! É isto justo? É óbvio que não e não consigo encontrar justificações nem desculpas plausíveis para o meu comportamento! Uns dirão que o dinheiro faz falta! Faz, claro, mas faz a toda a gente e mais aos que fazem greve e ganham bem menos do que eu! Outros que ninguém é obrigado a fazer greve? Também é certo, mas nalguns casos os que fazem grevem acabam por beneficiar aqueles que não fazem. Prejudicados são só uns, beneficiados são todos!
Enfim, poderia labutar em muitas contradicções, mas resta saber qual a finalidade desta greve e se realmente ela irá beneficiar alguém? Pois, em meu ver, acho que vamos é todos ficar como até aqui (os que fizeram greve, provavelmente, sairão a perder), vivemos num país neo-fascista, onde impera a lei do quero-posso-e-mando, onde uns senhores mandam e não dão cavaco a ninguém, nem a quem os elegeu! Nem que o país hoje fique parado como se de um deserto se tratasse (e todo, não apenas a margem sul) não creio que aqueles senhores de S. Bento mudassem uma vírgula dos seus programas.
A verdade é que o tempo em que os sindicatos tinham peso e força na sociedade já lá vai! As greves já só servem para noticiários, o resto é tudo ilusão... nunca tão-poucos (Governo) conseguiram derrotar tantos (Trabalhadores)! Esta é pois a triste conlusão a que se chega!